Aborto Retido
atualizado em 03/05/2004
abortamento incompleto, aborto retido
Definição
Aborto incompleto é quando o corpo expele apenas uma parte do tecido fetal.
O que está acontecendo com o organismo?
O aborto incompleto é muito comum no início da gravidez. Ocorre freqüentemente
devido a anormalidades cromossômicas fetais ou defeitos genéticos, que impedem
seu desenvolvimento.
Quando o feto e a placenta param de se desenvolver, os níveis hormonais caem e
os sinais e sintomas gravídicos como: desenvolvimento das mamas, náuseas e
cansaço, podem desaparecer.
Na maioria dos casos, o útero começa a sofrer contrações, causando cólicas,
desconforto e sangramentos vaginais contendo restos fetais. Se restos
gravídicos permanecerem no útero, o colo uterino ficará aberto. Isto aumentará
riscos de infecções e continuação do sangramento.
Quais são os sinais e sintomas da doença?
A mulher grávida pode apresentar: sangramento vaginal, cólica ou desconforto
pélvico e saída de restos ovulares e coágulos pela vagina.
Quais são as causas e os fatores de risco da doença?
A mulher pode ter problemas na implantação do ovo, aumentando o risco de
aborto se: apresentar malformação uterina, houver cicatrizes uterinas ou
tumores benignos como miomas.
Outros fatores que aumentam os riscos de aborto são: infecções virais no
primeiro trimestre de gestação como: herpes, rubéola, infecção por parvovírus;
infertilidade por mais de um ano; idade acima de 35 anos; e, problemas
hormonais.
Acima de três abortos consecutivos, chama-se abortamento habitual. Esta
condição requer pesquisa detalhada das possíveis causas que estão levando a
mulher a abortar.
O que fazer para prevenir?
Nem todos os abortos podem ser evitados, mas algumas medidas sendo tomadas
meses antes e durante a gestação diminuem as chances de ocorrer. Uma dieta
rica em ácido fólico, e uso de polivitamínicos ajudam a prevenir defeitos na
formação do tubo neural, levando a um bom desenvolvimento nutricional do
embrião.
Outras medidas que também devem ser tomadas são: parar de fumar, não usar
drogas, sendo elas ilegais ou não, mulheres diabéticas devem fazer controles
de glicemia durante a gestação.
Muitas vezes a mulher apresenta alterações hormonais que podem ser a causa do
aborto. Se isso for detectado, deve-se fazer uma terapia hormonal para que
posteriormente a mulher tente engravidar novamente.
Como é feito o diagnóstico?
Exames de sangue e de urina podem detectar o hormônio da gravidez HCG. O
controle periódico dos níveis hormonais ajudam a fazer o diagnóstico. Através
destes exames pode-se avaliar se o feto está se desenvolvendo. Níveis de HCG
estáveis ou diminuídos sugerem malformação ou morte fetal. Se os níveis
hormonais estiverem aumentando, significa que o feto está crescendo.
Outros exames como: hemograma podem avaliar se está havendo sangramento além
de controlar riscos de infecção; nível de progesterona é importante para
manter o curso da gestação; ultra-som avalia movimentos fetais, batimentos
cardíacos, além de diagnosticar gravidez ectópica que é a implantação do
embrião fora do útero; exame especular que visualiza se o colo uterino está
aberto ou se há restos embrionários no interior da vagina.
Quais são os efeitos crônicos da doença?
Os efeitos são variáveis. Existem muitos mitos que levam a mulher ficar
ansiosa e se sentir culpada pelo ocorrido. Arrastar móveis pesados, se
exercitar demasiadamente e fazer sexo durante a gravidez não impedem que a
mulher tenha uma gestação saudável. Ela deve conversar com seu médico sobre
seus sentimentos, preocupações e dúvidas que houverem sobre o assunto.
Atraso no diagnóstico e tratamento pode aumentar os riscos de infecção,
sangramentos, desenvolver sensibilidade do sistema Rh, infertilidade por lesão
da trompa de Falópio, prejudicando outra futura gestação.
Quais são os tratamentos?
Dilatar o colo uterino e curetagem devem ser feitas para retirar os restos
fetais ainda presentes no interior do útero. Antibióticos e drogas que
aumentam a contratilidade uterina podem ajudar a parar o sangramento, podendo
ser usados por 24 à 48 horas após curetagem.
Se a mulher for Rh negativo, ela deverá tomar uma vacina de imunoglobulinas
que impedirá sua sensibilização, prevenindo incompatibilidade sangüínea entre
ela e o feto nas futuras gestações.
Quais são os efeitos colaterais do tratamento?
Efeitos colaterais da anestesia para realização da curetagem: sonolência,
cansaço, náusea e vômitos. Os antibióticos e a drogas que ajudam o útero a se
contrair podem causar: rush cutâneo, diarréia, alergias, dor de estômago e
cólica abdominal.
O que acontece após o tratamento?
Algumas horas após a curetagem, a mulher pode voltar para casa, devendo
permanecer em repouso por 1 a 2 dias. Ela deverá procurar o médico se: tiver
febre, a cólica abdominal tornar-se mais intensa ou duradoura, o sangramento
vaginal continuar intenso.
O uso de métodos anticoncepcionais estão indicados se a mulher não quiser
engravidar novamente. Se a mulher deseja engravidar, ela só poderá após dois a
três meses do ocorrido. O casal terá 85% de chance de sucesso na gravidez após
um ano do abortamento.
Como a doença pode ser acompanhada?
Controle dos níveis hormonais de HCG ajudam a prevenir os riscos de
permanência de restos embrionários ou de gravidez ectópica se o sangramento ou
as cólicas continuarem.
Fonte:
Da Redação do agenda SAÚDE