Complicações do aborto, segundo o método empregado.


Laceração do colo uterino provocada pelo uso de dilatadores.

Conseqüências:

- insuficiência do colo uterino, favorecendo abortos sucessivos no primeiro e no segundo trimestre (10% das pacientes);

- partos prematuros, na 20ª ou 30ª semana de gestação.

Perfuração do útero

Acontece quando é usada a colher de curetagem ou o aspirador; mais freqüentemente, através do histerômetro (instrumento que mede a cavidade uterina). O útero grávido é muito frágil e fino; pode ser perfurado sem que o cirurgião se dê conta. É uma complicação muito séria.

Conseqüências:

- infecção e obstrução das trompas, provocando esterilidade;

- intervenção para estancar a hemorragia produzida;

- perigo de lesão no intestino, na bexiga ou nas trompas;

- a artéria do útero, nesses casos, freqüentemente, é atingida, criando a necessidade de histerectomia (extirpação do útero), se não for possível estancar a hemorragia.

Hemorragias uterinas

Perda de sangue ou fortes hemorragias causadas pela falta de contração do músculo uterino. As perdas de sangue são mais intensas se a gravidez for avançada. Essas perdas são de 200 mil na 10ª semana de gravidez, 350 na 12ª, 450 na 13ª semana...

Conseqüências:

- necessidade de transfusão de sangue;

- ablação do útero, se a hemorragia não for estancada.

Endometrite (inflamação) pós-aborto (infecção uterina secundária, decorrente do aborto).

Apesar dos antibióticos administrados antes do aborto; há grande incidência de infecções e obstrução de trompas.

Conseqüências:

- esterilidade

- Gravidez ectópica (fora do lugar apropriado).

Evacuação incompleta da cavidade uterina. Necessidade de prolongar a sucção e de fazer uma curetagem imediata.

Danos e conseqüências:

- possibilidade de extração do endométrio (mucosa uterina);

- formação de aderências no interior do útero e, como conseqüência, esterilidade, freqüentemente amenorréia (ausência de menstruação);

- possibilidade de placenta prévia na gravidez seguinte, criando a necessidade de cesariana.

A chamada Extração Menstrual

É possível que a paciente não esteja grávida.

Pode ocorrer uma extração incompleta (o ovo freqüentemente não é extraído, tornando necessária uma curetagem).

Método das Laminarias

(tampão esterilizado feito de algas marinhas)

Pode ocorrer que fique preso tornando-se necessária uma histerectomia (extração do útero).

Conseqüências:

- infecções graves por causa da presença de corpo estranho

- as mesmas da histerectomia.

Solução Hipertônica Salina

Complicações muito sérias:

- retenção da placenta e hemorragia (50% necessitam de curetagem).

As mesmas complicações que uma curetagem pode produzir, com o agravante de uma possível perfuração do útero e da formação de aderências;

- infecção e endometrite (inflamação da mucosa do útero);

- hemorragia;

- coagulopatia e hemorragia abundante;

- intoxicação por retenção de água; efeitos secundários do soro salino e da pituita que podem causar falhas de funcionamento do coração e morte;

- perigo de entrada de solução salina na corrente sangüínea da mãe com efeitos mortais;

- possibilidade de gravidez mais avançada do que a informada pela mãe e, na ausência de um exame sério, poderia abortar uma criança de 2 quilos ou 2 quilos e meio. Esse tipo de aborto apresenta um perigo dez vezes superior à curetagem. A mortalidade vai de 4 a 22 por mil.

As razões do aborto denominado terapêutico são uma contra-indicação para o aborto através de solução salina.

Histerectomia (extração total do útero)

Complicações:

Os mesmos perigos e complicações de toda cirurgia intra-abdominal: hemorragia, infecção, peritonite, lesões da bexiga e dos ureteres. Complicações variadas em 38 a 61 por mil.