Endometriose
atualizado em 25/04/2003
Endometriose
Introdução
Atualmente
a ENDOMETRIOSE é uma das doenças benignas mais comuns na mulher. As
estimativas variam muito. Nos Estados Unidos acredita-se que aproximadamente 5
milhões de mulheres americanas em idade fértil sejam afetadas por essa doença.
No passado, havia mais questionamentos do que respostas sobre a ENDOMETRIOSE.
Mais recentemente, os esforços para entender essa doença levaram a importantes
avanços médicos. Apesar de não se ter chegado a uma cura definitiva para a
ENDOMETRIOSE, alternativas novas e mais eficazes para diagnóstico e tratamento
tornaram-se disponíveis. Com a crescente tomada de consciência dos efeitos físicos
e emocionais dessa doença, conceitos errôneos estão sendo gradualmente
ultrapassados. O apanhado geral sobre a ENDOMETRIOSE proporcionado pôr este
artigo reflete o pensamento sobre a doença e os estudos mais recentes disponíveis
para ajudar a tratá-la. A intenção é de que ele sirva como guia para que você
possa entender o que é ENDOMETRIOSE.
A Doença
A ENDOMETRIOSE é uma doença na qual pedaços de endométrio (o
tecido que reveste internamente o útero e que é eliminado durante a menstruação)
crescem fora do útero. O tecido endometrial normal muda a cada mês em preparação
para uma possível gravidez. Durante o ciclo, esse tecido se torna mais espesso
à medida que o suprimento de sangue aumenta em resposta aos hormônios sexuais
femininos (estrógeno e progesterona). Então, se a gravidez não acontecer, o
revestimento endometrial mais espesso rompe-se, sendo expelido do corpo sob a
forma de sangramento menstrual. Na ENDOMETRIOSE, o endométrio cresce fora de
seu lugar. Esse tecido é encontrado geralmente em pequenos pedaços -
conhecidos como implantes ou lesões. Os implantes podem ser encontrados nos ovários,
nas trompas de Falópio (que conectam os ovários e o útero), nos intestinos,
na bexiga ou em outras partes do abdome. Em raras ocasiões, os implantes podem
aparecer fora do abdome (nos pulmões, por exemplo). Alguns implantes são tão
pequenos como uma cabeça de alfinete, enquanto outros são tão grandes como
uma laranja. é raro que um implante endometriótico se torne maligno ou
canceroso. Como o endométrio, os implantes endometrióticos localizados fora do
útero também se tornam mais espessos a cada mês em resposta aos hormônios
femininos do ciclo menstrual. Só que, diferentemente do endométrio, esses
implantes não são expelidos do corpo. Sofrem as mesmas modificações que o
endométrio em virtude da ação hormonal. Estas modificações levam a
sangramentos, que criam um processo inflamatório no tecido circundante
originando irritação e cicatrizes. À medida que esse tecido cicatricial
cresce ele pode formar aderências - assim chamadas porque o tecido pode agir
como uma teia de aranha para ligar as superfícies dos órgãos internos. Os
implantes e as aderências podem causar dor, menstruações anormais, relação
sexual dolorosa e eventualmente infertilidade.
Sintomas
A dor da ENDOMETRIOSE tem sido descrita com freqüência como
"uma pressão" ou "um aperto". Ela pode resultar do inchaço
do implante, da irritação do tecido normal perto do implante e das aderências.
As cólicas menstruais podem aumentar nas mulheres com ENDOMETRIOSE . O grau da
dor não é necessariamente proporcional à extensão da doença. Algumas
mulheres podem ter vários implantes grandes que não sejam muito doloridos,
enquanto que outras podem apresentar implantes menores, em pequena quantidade,
mas que causam muita dor. Suspeita-se que a ENDOMETRIOSE possa causar
infertilidade. A ENDOMETRIOSE é encontrada em aproximadamente metade das
mulheres que sofrem cirurgia para diagnóstico ou tratamento de infertilidade. A
doença também parece aumentar o risco de gravidez tubárea e de abortamento em
mulheres que não conseguem engravidar.
Causas
Como
o tecido endometriótico se desenvolve em lugares aos quais não pertence? Os médicos
não sabem com certeza, mas a teoria mais aceita é que durante a menstruação
porções do endométrio deslocam-se na direção da cavidade abdominal pôr
meio das trompas de Falópio. Alguns pesquisadores acham que esse processo,
chamado de menstruação retrógrada, acontece com quase todas as mulheres, mas
que na maioria delas o sistema imunológico evita que a ENDOMETRIOSE se
desenvolva. Novos estudos da ENDOMETRIOSE estão explorando sua relação com o
sistema imunológico e também com a hereditariedade.
Diagnóstico
Se o seu médico suspeita de ENDOMETRIOSE baseado em seus sintomas e
no exame ginecológico, ele pode fazer uma Videolaparoscopia a fim de conseguir
o diagnóstico definitivo. A Videolaparoscopia é um procedimento cirúrgico
feito sob anestesia geral. Um pequeno telescópio é inserido através de um
pequeno corte feito perto do umbigo. Esse instrumento, permite que o médico
procure por implantes dentro da cavidade pélvica, e as remova. Também torna
possível ver os órgãos pélvicos - inclusive útero, ovários e as trompas de
Falópio - e remover amostras de tecido para análise em laboratório. O
laparoscopista pode expressar o seu diagnóstico de acordo com um sistema de
classificação de quatro estágios, desenvolvido pela American Fertility
Society (AFS). O Estágio I representa a forma mais branda da doença e o Estágio
IV a mais grave. A Videolaparoscopia tem uma importância muito grande na
ENDOMETRIOSE, porque ela faz o diagnóstico, avalia a extensão da doença e
remove tecidos para exame microscópico e tratamento.
Tratamento
METAS : AS PRINCIPAIS METAS DO TRATAMENTO SÃO:
* Aliviar ou reduzir a dor
* Diminuir o tamanho dos implantes
* Reverter a progressão da doença
* Preservar ou restaurar a capacidade de conceber
* Evitar ou postergar a recorrência da doença
Ao decidirem por um plano de tratamento, você e seu médico deverão considerar diversos fatores tais como: sua idade, seu desejo de ter filhos, a natureza e a extensão de sua doença e a sua história familiar. Quando seu médico apresentar-lhe as opções para tratamento, certifique-se de esclarecer as dúvidas que você possa ter.
Cirurgia
A Videolaparoscopia, além de permitir o diagnóstico da
ENDOMETRIOSE (veja Diagnóstico), é usada para eliminar ou destruir os
implantes endometrióticos. Durante a Videolaparoscopia, o cirurgião cauteriza,
extirpa ou vaporiza por meio de "laser" os implantes. Esta cirurgia não
requer internação hospitalar. Freqüentemente, os tratamentos hormonais são
prescritos após a cirurgia. Se usados antes da cirurgia, podem atrofiar os
implantes e assim tornar sua remoção mais fácil. Depois dela são uma opção
contra os implantes que o médico não conseguiu ver e, portanto, não removeu
durante a intervenção. Esses tratamentos podem ainda ajudar a postergar a
recorrência da doença.
O próximo
passo
Mesmo que ainda incompleto, nosso conhecimento sobre a
ENDOMETRIOSE evoluiu consideravelmente nos últimos dez anos. Mulheres com essa
doença têm se beneficiado da disponibilidade da Videolaparoscopia e do
desenvolvimento de novos tratamentos com menos efeitos colaterais do que aqueles
utilizados anteriormente. Se você acredita que tem ENDOMETRIOSE, é importante
que seja examinada por um médico a fim de fazer um diagnóstico definitivo. Se
a ENDOMETRIOSE já foi diagnosticada, solicite ao seu médico que discuta com
você em maiores detalhes os pontos levantados neste informe.
ESTE ARTIGO INFORMATIVO é UM SERVIÇO PRESTADO PELO CENTRO DE ESTUDOS UNICOLPO SEMPRE PREOCUPADA EM INFORMAR E ORIENTAR SEUS PACIENTES.
Fonte: Unicolpo